segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mientras... ¡habrá poesía!


"Mientras haya unos ojos que reflejen
los ojos que los miran,
mientras responda el labio suspirando
al labio que suspira,
mientras sentirse puedan en un beso
dos almas confundidas,
mientras exista una mujer hermosa,
¡habrá poesía!"

(Última estrofe da Rima IV de Bécquer; a foto é da minissérie North & South (2004), da BBC.)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Rondel de l’adieu

Partir, c’est mourir un peu,
C’est mourir à ce qu’on aime,
On laisse un peu de soi-même
En toute heure et dans tout lieu.

C’est toujours le deuil d’un voeu,
Le dernier vers d’un poème:
Partir, c’est mourir un peu.

Et l’on part, et c’est un jeu,
Et jusqu’à l’adieu suprême
C’est son âme que l’on sème,
Que l’on sème à chaque adieu:
Partir, c’est mourir un peu.

Edmond Haracourt

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma comparação de fotos dos dois Darcys

Qual dos dois Mr. Darcys é o melhor: o de 1995 ou o de 2005? Difícil escolha: são ambos tão bons, e tão diferentes!
A interpretação do filme de 2005 acentuou o romance e amenizou o drama muito mais do que a minissérie de 1995 o fêz; e essa diferença é clara no modo como Mr. Darcy é representado em cada uma.
O Mr. Darcy de 1995 (Colin Firth) é muito próximo do livro: um homem realmente orgulhoso, arrogante sem consideração pelos sentimentos dos outros. Já o de 2005 (Matthew Macfadyen) é antes um moço reservado, tímido e talvez melancólico.

Por diversão, façamos uma comparação fotográfica dos dois Darcys:

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Which one is the best: the 1995 or the 2005 Mr. Darcy? Hard choice! They are both so good, and so different.
The interpretation of the 2005 film emphasized the romance in the story, and softened the drama in it, on a much larger scale than de 1995 miniseries did; and this difference is quite visible in the way Mr. Darcy is portrayed in each.

1995 Mr. Darcy is very close to the character in the book: a man really proud, arrogant, and unmindful of other people’s feelings. 2005 Mr. Darcy is rather a young man who is reserved, shy, and maybe melancholic.

Just for fun, let us make a photograph comparison between the two Darcys:




É interessante que a própria postura a cavalo...

Interesting that the very bearing on horseback...


















...já denota uma diferença nas personalidades.

...denotes a difference between their personalities.


















E do mesmo modo, a postura sem estar a cavalo...

And the same for their bearing on the ground...


















...ainda que obviamente as ocasiões distintas possam ser responsáveis por parte da diferença.

...though their being at distinct occasions may account for part of the difference
.



















Olhando para ela, em Hunsford...

Looking at her, at Hunsford...













...e na festa em Netherfield -- acho que também olhando para Elizabeth.

...and at the Netherfield ball -- looking at Elizabeth too, as I think.

















Por fim, o momento conhecido como "o olhar" (the look)...

Lastly, the moment known as "the look"...














... e o outro Mr. Darcy numa posição parecida.

...and the other Mr. Darcy in a similar attitude.










(Fotos emprestadas do site Eras of Elegance e do blog Pride and Prejudice 05.)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Valsa dos Patinadores

A imagem foi tomada do site Lovely Victoriana; a música é a valsa Os Patinadores de Émile Waldteufel, na gravação do álbum As 150 mais Belas Melodias, do Reader's Digest.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Balada da Neve


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim…
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e chuva não bate assim…

É talvez a ventania.
Mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bolia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate assim levemente
com tão estranha leveza
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. E neve caía
do azul cinzento do céu
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, meu Deus!

Olho-a através da vidraça,
pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e quando passa
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pèzitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
A neve deixa inda vê-los
primeiro bem definidos,
depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
por que lhes dais tanta dor?...
por que padecem assim?...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza…
– E cai no meu coração.


Augusto Gil
(poeta português, 1873 - 1929)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Trailer de Norte e Sul


Eis um trailer não-oficial da minissérie North & South (2004) da BBC. Não é um trailer perfeito, como o que gostaríamos de ter para um filme tão bom; mas é bastante razoável, e foi o melhor que achamos no YouTube. (E olhem que há uns dez!)

Um parêntese: a violenta cena em que Mr. Thornton bate em um seu empregado NÃO EXISTE no livro, e está em total discordância com o personagem tanto do romance como do filme.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Verdade genial

You do not have a soul. You are a soul. You have a body.

Você não tem uma alma. Você é uma alma. Você tem um corpo.

C. S. Lewis

Faz-se necessário algum comentário a essa constatação iluminadora sobre a nossa verdadeira natureza?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Soneto


Voltei. Vi-te de novo. E o encanto, a que não tento
fugir agora, aviva o que findara aqui;
dói-me, outra vez, o mesmo estranho sofrimento
da hora em que te deixei, do instante em que parti.

Quis esquecer-te. Olhando o mar, ouvindo o vento,
sonhei. Vivi com ânsia! Em vão. Não te esqueci.
E é com tédio que lembro o túrbido lamento
das ondas que sulquei e das canções que ouvi!

De que valeu então? Sob o amplo firmamento,
fora melhor vogar sem rumo, ao ritmo lento
da água que, à noite, geme e, à luz do sol, sorri!

E olvidar para sempre o antigo desalento!
E este anseio de enfermo! E este letal tormento!
E o desejo da morte! E a saudade de ti!

Eduardo Guimaraens

Na foto, Ciaran Hinds como Captain Wentworth, no filme inglês Persuasão (Sony Pictures, 1995), baseado no romance de Jane Austen.

domingo, 5 de outubro de 2008

Mais dicas de boas maneiras


Vimos que alguns de nossos visitantes estavam à busca de dicas de boas maneiras, e achamos que talvez valesse a pena fazer mais uma publicação sobre o assunto. Esperamos que seja útil!

1.Numa conversação, é tão importante falar como escutar! (É tão fácil esquecermos disso...)

2.Tentemos evitar os cacoetes, bocejos, apontar com o dedo e interromper freqüentemente a pessoa que fala.

3.Dá mostras de cortesia a pessoa que se interessa vivamente por uma conversação que gire em torno de assuntos pessoais daquela com quem está falando. (Todos gostamos da atitude generosa dos outros que se interessam por nós, não?)

E aqui, uma frase dum filósofo americano:

“Life is not so short but that there is always time enough for courtesy.”

“A vida não é tão curta que não haja sempre tempo para a cortesia.”
(Emerson)

(As dicas foram adaptadas do livro "Mil Regras Ilustradas de Boas Maneiras", de M. C. Nickol)

sábado, 27 de setembro de 2008

Um ano de "Pride & Prejudice"


Com esta "postagem comemorativa", gostaríamos de celebrar um ano que chegou dos EUA nosso exemplar do Pride & Prejudice da BBC. Data memorável!

Gostamos muito dessa foto; vê-se nos olhos e na expressão de Elizabeth seu amor por Mr. Darcy.

"Wer wirklich liebt, hat göttliches gefunden."

"Quem realmente ama, encontrou algo divino."

"Whoever truly loves, has found something divine."

(F. Schuon)

domingo, 21 de setembro de 2008

Trailer da minissérie "Orgulho e Preconceito"

Um trailer do Pride and Prejudice de 1995! Já era hora, não? Era de espantar que uma série tão famosa não tivesse sequer um trailer não oficial... Bem, agora há dois trailers do Orgulho e Preconceito da BBC disponíveis no YouTube, desde semana passada. Agradecemos às almas caridosas que os fizeram e disponibilizaram.

Não que este trailer seja lá muito maravilhoso (a música não combina muito, na minha humilde opinião que ninguém pediu) mas é razoável, e de longe melhor que nada. Só faltava ele ter legendas em português.

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A BBC Pride & Prejudice trailer! And none too soon, eh? It was quite surprising that such a famous series did not have even one unnofficial trailer... Well, now there are two trailers of the 1995 Pride and Prejudice, available at YouTube since last week. Our heartfelt thanks to the charitable souls who made them.

Not that this trailer is that wonderful (the music is not quite suitable, in my humble opinion which nobody asked), but it is fairly good, and far better than nothing. I only wish it had Portuguese subtitles.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Tão perto...

So nah, dass ich könnte mein Bild in ihrem Augen sehen....

Esta é para os que gostam da "cena da estação", do Norte e Sul. A legenda é de um poema de Walther von der Vogelweide, poeta medieval alemão. Ele diz que desejaria ter permissão de estar perto de sua amada, "tão perto, que eu pudesse ver minha imagem nos seus olhos." Achei que este verso combinava perfeitamente com a imagem.

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This one is for those who love North & South's "train station scene". The line is from a poem by Walther von der Vogelweide, a German poet of the Middle Ages. In it he says that he longs to be allowed to be near his beloved, "so near, that I could see my image in her eyes." I thought this line suited the image perfectly.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mais sobre "North & South"


Vários de nossos visitantes estavam à busca de informações sobre Norte e Sul; por isso pomos aqui um link para um site americano que tem diversas fotos de Margaret e Mr. Thornton, bem como -- para os que lêem inglês -- uma boa resenha da minissérie. Na página para onde este link os enviará há algumas fotos; e nela, é só clicar ali onde está 'North and South photo album' para ter acesso à galeria completa de fotos.



Dois avisos: primeiro, talvez alguns se decepcionem com as fotos de Margaret -- nossa opinião é que Daniela Denby-Ashe sofre de "afotogenia" aguda --, mas podemos dizer que no filme ela é linda, e perfeitamente encantadora.
O segundo aviso é: cuidado, muito cuidado! Quem clica neste link o faz exclusivamente por conta e risco próprios! Pois quanto a nós, foi depois de ver todas as fotos nesse site que nosso estado de interesse na história ficou realmente grave e irremediável; e compramos o filme!

O Cavaleiro e o Leão


Um conto simples e comovente sobre coragem, gratidão e lealdade

Entre os nobres cavaleiros de Provença que partiram para as Cruzadas contra os infiéis que se haviam apoderado da Terra Santa, havia um senhor chamado Godofredo de la Tour, de grande valor, de imensa coragem, guerreiro heróico e desassombrado como jamais a outro se conheceu. Nos combates, era sempre o primeiro a lançar-se contra o inimigo, sem ter o cuidado de proteger o corpo contra as lanças, os dardos e as pedras. Cavalgando um soberbo animal, arremetia contra a mourama, tendo por escudo unicamente o nome do Senhor nos lábios. Assim, sua reputação cresceu, e cresceu tanto, que em todos os exércitos cristãos era admirado e decantado por todos os soldados.


Um dia, cavalgava num campo, junto a outros cavaleiros, seguido de numerosos homens de armas, quando se ouviram os rugidos, terríveis, de um leão. Todos tremeram, temerosos de cair nas garras da fera. Godofredo de la Tour porém, sereno, desmontou, desembainhou a longa espada de punho cravejado de pedras preciosas, e dirigiu-se para a floresta onde o campo, numa baixada, terminava.
Disposto a medir forças com o felino, avançou, impávido.


Ao entrar na mata, deparou-se-lhe um espetáculo terrível. Não eram rugidos de cólera os que o rei das selvas lançava, mas sim de dor. No lugar onde dormia, insinuara-se tremenda serpente e o aprisionara entre os anéis que despedaçavam.
A serpente, os olhinhos a brilhar, de língua bipartida de fora, enrodilhara-se de tal forma no leão apanhado de surpresa, que o pobre, por mais que fizesse, não conseguia articular um único movimento que fosse, muito menos causar à serpente o menor dano.


Calmamente, monstruosamente, o réptil temível ia apertando a fulva fera, intentando asfixiá-la e engoli-la depois. O felino não só sofria pela dor que o arrocho lhe causava, mas também, e talvez mais, por morrer de maneira tão ignominiosa. O olhar que lançou ao cavaleiro que, inopinadamente, surgira foi o de um ser que vê a vida que se esvai, desesperançado de tudo, mas que, num átimo, encontra a sua tábua de salvação.


Godofredo de la Tour avançou. A espada, levantada, lampejou e desceu certeira sobre a cabeça da serpente. Os anéis relaxaram-se, o abraço relaxou-se. O leão moveu-se, respirou, livre. Com um salto para trás, o valente De la Tour ficou em guarda, pronto para enfrentar a fera.


O leão, a princípio com dificuldade, depois com mais desembaraço, desvencilhou-se do corpo enrodilhado a inimiga atroz. Sacudiu-se. Sacudiu-se como se quisesse despojar os invisíveis anéis viscosos que o incomodavam. Enfitou os olhos nos olhos do salvador e, reconhecido, avançou para Godofredo de la Tour, esfregando carinhosamente, nas pernas do cavaleiro, a vasta cabeça de jubas de ouro.


A partir daquele momento, a fera considerou-se cativa de De la Tour, seguindo-o a todas as partes como um canzarrão fiel. Grande foi a surpresa de todos, ao verem Godofredo seguido do leão. Muitos fugiam, e os homens de armas do cavaleiro ficaram apavorados. Logo, porém, reconheceram que o felino era o melhor servidor do amo.
Era de ver-se, nas batalhas contra o turco, a sanha da fera. Lançava-se contra o inimigo, a rugir, em saltos descomunais, as garras à mostra, terrível como jamais, fazendo fugir atabalhoadamente, aos que não conseguia destroçar.


Terminada a Cruzada, os cavaleiros retornaram à Provença. Voltaram alegres, entoando canções ao país do sol e de alegres moças. Godofredo, contudo, era o único entristecido.


À hora de embarcar, o capitão do barco, terminantemente, não quis admitir a fera. Por mais que De la Tour argumentasse, por mais que rogasse, não conseguiu vencer a fortaleza do comandante.

E o leão teve de ficar.


Vendo o navio afastar-se, soltando baixos e graves rugidos, atirou-se ao mar. Nadou, nadou, até que as forças o abandonassem, e pereceu afogado, enquanto, também afogado em quentes lágrimas, Godofredo de la Tour chorava. Chorava, numa sentida homenagem à fera de coração de ouro.



(Enciclopédia Universal da Fábula, vol. XXV, "Godofredo de la Tour")

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"Lembre-se de que todos os mundos chegam a um fim; e que uma morte nobre é um tesouro que ninguém é pobre demais para comprar."
C. S. Lewis, A Última Batalha

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dearest, loveliest Elizabeth...


Estou pondo esta foto aqui por dois motivos: primeiro, porque não gosto de deixar a primeira imagem do vídeo como estava, logo na entrada (ainda mais que Mr. Darcy não está particularmente bem nela); e segundo, Elizabeth está tão linda na foto que não faz mal algum vê-la!

Clip de Orgulho e Preconceito


Para as que gostam da série, aqui está uma linda cena. Elizabeth, em Pemberley, toca e canta; e Mr. Darcy contempla-a enlevado. Eis o que nossa encantadora pianista está cantando:


"Dizei, vós que experimentais
O fugaz feitiço do amor;
O que é esta tristeza
Que nada pode dissipar?"


E digamos nós, é de espantar que ela cante isto tão bem, ou que ele a olhe assim?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

North & South



Excelente produção da BBC, Norte e Sul (2004) continua sempre a conquistar novas adeptas por todo o mundo – pelo menos a julgar pelos fóruns Internet afora, e pelas resenhas dos usuários da Amazon.com.

Parece mesmo haver muitas que consideram o herói desta minissérie como o mais perfeito tipo do herói quieto, reservado e taciturno, sustentando que ele consegue – quem diria! – superar o personagem romântico por excelência, o idolatrado Mr. Darcy de Colin Firth.

Mas, vamos à história.

Baseado no romance de mesmo nome da autora inglesa Elizabeth Gaskell, e passado no século XIX, North and South conta a história de Margaret Hale (representada por Daniela Denby-Ashe), uma jovem de classe média do sul da Inglaterra. Seu pai é um pastor anglicano que, “por uma questão de consciência”, muda com a esposa e a filha para um novo lar no norte, na cidade industrial de Milton.



Margaret é lindíssima - principalmente quando tem razões para estar feliz.

Para Margaret, é um choque a mudança do ambiente campestre do sul, onde a vida é mais fácil, para uma cidade de fábricas, onde os homens sofrem a escravidão às máquinas que a Revolução Industrial lhes impôs. O novo ambiente lhe é hostil, e ela sente-se solitária. Sendo uma jovem franca e compassiva, Margaret se interessa pelos trabalhadores, procurando auxiliá-los, e experimenta desde o começo uma antipatia pelos proprietários das fábricas; em especial por um Mr. Thornton (Richard Armitage, no papel que o tornou conhecido), que recebe aulas de Filosofia do pai dela.

Este por sua vez, um homem severo e duro com seus empregados, não aprova a intimidade de Margaret com os trabalhadores das fábricas. Contudo, admira sua inteligência, generosidade e cortesia (e sua beleza também, é óbvio!), e acaba enamorando-se profundamente dela. Aos poucos, conforme conhece a cidade e as pessoas, Margaret começa a compreender melhor Mr. Thornton, e mesmo a apreciar suas qualidades – à primeira vista não aparentes –; mas os trabalhadores entram em greve, a situação torna-se cada vez mais delicada; e as circunstâncias parecem conspirar contra as esperanças de Mr. Thornton.

Isto dito, não podemos continuar, para não estragar o prazer das que ainda não viram o filme. Só vamos adiantar que são quatro horas que vão entre o começo e o fim, e que muita coisa acontece – para o bem como para o mal – antes de passarem os letreiros finais. E contudo, quando o filme acaba, você gostaria que ele continuasse.

Não vamos dizer que este filme é perfeito, porque não é: há dois atores de certa importância que não convencem muito, e os produtores erraram um pouco na dosagem das cenas de miséria. Mas com todos os seus defeitos, ele mais do que vale a pena. Quanto às comparações que fazem dele por toda parte com o Orgulho e Preconceito, deve ser notado desde já que este filme não é como os de Jane Austen. Ele seria antes uma mistura de Austen e Charles Dickens; por conta daquela, o romance; e deste, as questões sociais.


De fato, as relações entre patrões e empregados têm grande importância no enredo de North and South. Apesar disso, o filme não é a típica história socialista, em que os patrões são os vilões e os empregados, os “coitadinhos”. Não; ele apresenta um toque algo socialista, mas leve e facilmente identificável. Alguns (os homens especialmente) preferem este tipo de história às de Jane Austen, que são centradas tão somente no amor e no casamento; mas por outro lado, o aspecto de drama e sofrimento de Norte e Sul fá-lo menos leve e divertido. É um filme de que talvez a vovó não gostasse tanto.

Nós contudo, assim como alguns milhares, apreciamo-lo enormemente; e temos certeza de que as que não o viram ainda também gostarão dele. Para as que viram perguntamos: temos ou não razão? Depois da primeira vez, você não teve vontade de sair pelo mundo fazendo proselitismo? “Assistam, assistam, vocês não sabem o que estão perdendo!”


E nessa hora dói que, como o P&P de 95, esta série não tenha sido lançada no Brasil; e que não exista versão dela com legendas em português.


Voltando à comparação que se faz entre o Pride and Prejudice e o North and South deve ser dito que, em nossa opinião como na de muitas outras (e muitos outros), as semelhanças entre as duas histórias são superficiais; e as diferenças, grandes demais para permitir comparações. Não é preciso escolher entre as duas séries: ambas são excelentes produções. Têm estilos diferentes sim, mas têm as duas um mesmo tema predominante: uma história de amor que é convincente e bela.

L’Amor che muove il sole e l’altre stelle!


(Para ver tudo o que já publicamos com relação à minissérie 'North and South', clique logo abaixo no link 'Norte e Sul', que listará todas as postagens relacionadas.)

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Atualização de conteúdo: a minissérie North & South foi lançada no Brasil pela editora LogOn. O DVD, que pode ser encontrado na Livraria Cultura, tem legendas em português e em inglês -- e um preço bastante razoável!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Dicas de boas maneiras


Todos nós gostamos de conviver com pessoas gentis. Do mesmo modo, convém tentarmos ser corteses com os que estão à nossa volta. O mais importante é ter o espírito correto; pensar na conveniência dos outros, assim como em seus sentimentos. Na maior parte das situações, um pouco de bom-senso é tudo que é necessário, como sabemos. Mas acontece que às vezes pode haver pequenas coisas em que nunca tínhamos pensado. Por isso é que resolvemos por aqui algumas dicas.


1.Para os rapazes: quando estiver acompanhando uma uma moça na rua, é educado deixá-la andar pelo lado de dentro da calçada.


2.Para as moças: quando se está em lugares públicos, o mais elegante é não falar ou rir alto demais.


3.Para todos: é muito mais simpático levantar-se para cumprimentar alguém, do que continuar sentado; especialmente quando a pessoa é mais velha, ou então (no caso dos moços) é uma mulher.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Casamento

"O casamento é um duelo até a morte, que nenhum homem de honra deveria declinar."


G. K. Chesterton

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Famosa cena do Pride and Prejudice de 95


Mr. Darcy, chegado em Pemberley de Londres, deu um mergulho no lago e agora, no caminho até a casa, encontra Elizabeth. É a primeira vez que eles se vêem desde que ela o rejeitou em Hunsford alguns meses atrás, e ambos agem dum modo muito pouco à vontade. Ele "repetiu suas perguntas sobre a família dela, dum modo que deixava claro que seus pensamentos estavam longe." (O detalhe de ele ter acabado de nadar não existe no livro, mas parece ter sido bem aceito pelo público.)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O "Pride and Prejudice" de 1995



Em 1995, a BBC inglesa fez uma minissérie de TV do romance de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito”. O filme foi um sucesso absoluto – como bem se pode ver pela Internet afora! Em nossa opinião, o “P&P de 95” merece sua fama: Jennifer Ehle é uma Elizabeth Bennet simplesmente adorável (talvez mesmo perfeita!), e Colin Firth representa um Mr. Darcy excelente. (Somos bem moderadas: alguns milhares de fãs devotadas proclamam que ele é o Darcy perfeito, definitivo, imbatível... e por aí afora.)


Além de uma atuação ótima por parte de (quase) todos os principais atores, esta minissérie tem uma trilha sonora muito bonita, e que combina perfeitamente com a “atmosfera” do filme; as roupas, mobílias, acessórios etc. foram cuidadosamente estudados; e as locações nos campos ingleses são lindas. Ou seja, é um filme apreciado não só pelas que gostam de romance, mas também pelos interessados em filmes de época.


Contudo, apesar de sua fama nos países de língua inglesa, esta série não parece ser muito conhecida aqui no Brasil. (Pelo menos, esta é a impressão que se tem buscando na Internet.) Sabemos que ela passou na TV faz alguns anos, numa versão editada; mas nunca foi lançada em DVD. É uma pena, porque com certeza muitas das senhoras e senhoritas nossas compatriotas gostariam de conhecer este filme, não? E das que já o conhecem, sem dúvida há quem gostaria de vê-lo de novo – ou de tê-lo! O problema é que, além de não ter sido lançada no Brasil, nenhuma das várias versões inglesas e americanas lembrou-se dos que falam português, e não inglês. A minissérie só foi lançada com legendas em português na velha terrinha, Portugal; e só os ricos podem se dar ao luxo de mandá-la vir de lá. Portanto, parece que temos de esperar até que alguma companhia aqui no Brasil se apiade de nós, e lance um DVD com legendas em português. (O DVD foi lançado aqui no Brasil em novembro. Ver P. S. no fim do texto.)


Por que tanta conversa sobre isso? Vamos dizer: quando estávamos procurando informações sobre esta série achamos muito pouco sobre ela em páginas no Brasil. Imaginamos que pode haver alguém que tenha dificuldades com o inglês sofrendo as mesmas agruras, e resolvemos compartilhar dum modo fácil de entender as informações que conseguimos. Se algum de vocês tiver mais informações, seria muito gentil de sua parte publicá-las aqui, para proveito dos entusiastas de Jane Austen brasileiros.

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P.S. 14/2/09 Embora ainda não tenham lançado o DVD com legendas em português no Brasil, descobrimos que há maneiras mais baratas, e... (como diremos?)... "menos legais", de conseguir uma cópia legendada. Há pela Internet afora quem venda cópias feitas quando a série passou na televisão (não sabemos quando foi), e há sites em que parece ser possível baixar o filme com legendas em português. Um bom 'lugar' onde conseguir mais informações sobre essas aquisições é o blog Jane Austen em Português.

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P.S. 20/11/09 Finalmente! O Orgulho e Preconceito da BBC foi lançado aqui no Brasil, com legendas em português! Sim, é verdade... não é sonho, não! O DVD está à venda na Livraria Cultura.

sábado, 12 de julho de 2008

Trailer de "Orgulho & Preconceito"


O famoso romance de Jane Austen, autora inglesa do começo do século XVIII, em sua mais recente adaptação para o cinema.


Achamos que a atuação de Keira Knightley como Elizabeth Bennet deixa algo a desejar; mas Matthew Macfadyen salvou o dia, e representa um Mr. Darcy com muita dignidade... e é claro, sincero amor! Infelizmente, o trailer não tem legendas - quem sabe mais tarde podemos fazer uma versão com legendas em português?