quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Rondel de l’adieu

Partir, c’est mourir un peu,
C’est mourir à ce qu’on aime,
On laisse un peu de soi-même
En toute heure et dans tout lieu.

C’est toujours le deuil d’un voeu,
Le dernier vers d’un poème:
Partir, c’est mourir un peu.

Et l’on part, et c’est un jeu,
Et jusqu’à l’adieu suprême
C’est son âme que l’on sème,
Que l’on sème à chaque adieu:
Partir, c’est mourir un peu.

Edmond Haracourt

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma comparação de fotos dos dois Darcys

Qual dos dois Mr. Darcys é o melhor: o de 1995 ou o de 2005? Difícil escolha: são ambos tão bons, e tão diferentes!
A interpretação do filme de 2005 acentuou o romance e amenizou o drama muito mais do que a minissérie de 1995 o fêz; e essa diferença é clara no modo como Mr. Darcy é representado em cada uma.
O Mr. Darcy de 1995 (Colin Firth) é muito próximo do livro: um homem realmente orgulhoso, arrogante sem consideração pelos sentimentos dos outros. Já o de 2005 (Matthew Macfadyen) é antes um moço reservado, tímido e talvez melancólico.

Por diversão, façamos uma comparação fotográfica dos dois Darcys:

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Which one is the best: the 1995 or the 2005 Mr. Darcy? Hard choice! They are both so good, and so different.
The interpretation of the 2005 film emphasized the romance in the story, and softened the drama in it, on a much larger scale than de 1995 miniseries did; and this difference is quite visible in the way Mr. Darcy is portrayed in each.

1995 Mr. Darcy is very close to the character in the book: a man really proud, arrogant, and unmindful of other people’s feelings. 2005 Mr. Darcy is rather a young man who is reserved, shy, and maybe melancholic.

Just for fun, let us make a photograph comparison between the two Darcys:




É interessante que a própria postura a cavalo...

Interesting that the very bearing on horseback...


















...já denota uma diferença nas personalidades.

...denotes a difference between their personalities.


















E do mesmo modo, a postura sem estar a cavalo...

And the same for their bearing on the ground...


















...ainda que obviamente as ocasiões distintas possam ser responsáveis por parte da diferença.

...though their being at distinct occasions may account for part of the difference
.



















Olhando para ela, em Hunsford...

Looking at her, at Hunsford...













...e na festa em Netherfield -- acho que também olhando para Elizabeth.

...and at the Netherfield ball -- looking at Elizabeth too, as I think.

















Por fim, o momento conhecido como "o olhar" (the look)...

Lastly, the moment known as "the look"...














... e o outro Mr. Darcy numa posição parecida.

...and the other Mr. Darcy in a similar attitude.










(Fotos emprestadas do site Eras of Elegance e do blog Pride and Prejudice 05.)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Valsa dos Patinadores

A imagem foi tomada do site Lovely Victoriana; a música é a valsa Os Patinadores de Émile Waldteufel, na gravação do álbum As 150 mais Belas Melodias, do Reader's Digest.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Balada da Neve


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim…
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e chuva não bate assim…

É talvez a ventania.
Mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bolia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate assim levemente
com tão estranha leveza
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. E neve caía
do azul cinzento do céu
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, meu Deus!

Olho-a através da vidraça,
pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e quando passa
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pèzitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
A neve deixa inda vê-los
primeiro bem definidos,
depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
por que lhes dais tanta dor?...
por que padecem assim?...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza…
– E cai no meu coração.


Augusto Gil
(poeta português, 1873 - 1929)